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O encerramento oficial do Projecto deu-se a 2 de Dezembro de 2015. Mais informações podem ser consultadas abaixo.
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Lançamento do Projecto #ON_Sex
Encerramento do Projecto #ON_Sex
Descritivo
O projeto “#ON_Sex - Direitos Sexuais e Jovens Vulneráveis” pretende reverter esta situação e utilizar a internet e as TIC de forma positiva, maximizando o impacto que estas ferramentas têm na vida dos jovens para criar instrumentos de educação sexual, destinados a capacitar educadores e ONG’s que trabalhem junto de comunidades socialmente vulneráveis. Os principais objetivos são promover a cidadania ativa e a defesa dos direitos, em especial os direitos sexuais, em ambiente digital, contribuindo para a capacitação e educação dos jovens, tornando-os assim menos vulneráveis a situações de violência ou de discriminação.
“#ON_Sex - Direitos Sexuais e Jovens Vulneráveis” é um projeto da APF, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL), o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e o Programa Escolhas, e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Encerramento
O dia final do Projecto permitiu aos vários parceiros apresentar os resultados do seu trabalho, bem como falar sobre as componentes que ficam depois de o projecto terminar, como o manual de formação e o jogo ON_Sex.
Como keynote speaker internacional, o evento recebeu Marco Scarcelli, da Univ. de Padova (Itália). A sua intervenção foi gravada e pode ser ouvida nesta página.
Fernando Cascais
FCSH – UNL
Daniel Cardoso
FCSH – UNL / ULHT
Resumo / Abstract
Poliamor – uma identidade de relação onde vários relacionamentos amorosos e/ou sexuais podem ter lugar simultaneamente, com o consentimento informado de todas as pessoas envolvidas. Como uma identidade recente, o poliamor está ainda a tentar estabelecer um lugar dentro do campo da alteridade sexual e de intimidade. Como uma forma não-hegemónica de performar relacionamentos, o poliamor coloca-se contra discriminações sexuais e de género, sendo composto por uma forte base feminista e, mesmo, queer. Mas até que ponto ocupa a questão do género um lugar cimeiro nas discussões sobre o tema, no discurso poliamoroso? De que forma é que a preocupação por uma maior igualdade de género (ou pela irrelevância do género) está presente, ou não, quando as noções de poliamor são apresentadas a outras pessoas? A partir do trabalho de feministas como Gayle Rubin e de uma perspectiva foucauldiana sobre a construção da identidade, esta comunicação procura problematizar o género tal como ele surge nos e-mails da mailing list “alt.polyamory” (a primeira sobre o tema). A pesquisa que lhe subjaz parte da análise das conversações iniciadas por recém-chegados à mailing list durante o ano de 2009, numa tentativa de compreender os processos identitários de aculturação que têm lugar entre a comunidade estabelecida e os neófitos. A pressuposição de uma igualdade de género dentro do discurso poliamoroso apresenta-se como um desafio específico desta análise – ao mesmo tempo, o feminismo está presente (como sub-texto) mas aparentemente ausente (como texto). A presente comunicação procura mostrar que este feminismo como sub-texto influencia a representação do poliamor e da criação de uma ética poliamorosa, bem como a sua relação com práticas de género e sexuais que ocorrem no contexto de uma sociedade hetero-mono-normativa e patriarcal; o género é construído e desconstruído, e o seu papel na comunicação é genderizado mas também mutável, ocupando assim um lugar representacional dúplice.
Apresentação na Conferência
Daniel Cardoso
FCSH-UNL / ULHT
Inês Rôlo Martins
CICANT, ULHT
Resumo / Abstract
No contexto do projecto de investigação “Envolvimento Cívico Feminino Online – Redefinindo a Esfera Pública”, este trabalho procura entender de que forma a internet vem possibilitar a expressão do discurso das mulheres, revitalizando a esfera pública habermasiana, ainda que não sob a sua forma clássica. A centralidade desta investigação marca-se pela compreensão das potencialidades das novas tecnologias na obtenção de uma sociedade mais igualitária, capaz de fornecer voz a quem frequentemente não a tem, capaz de albergar até formas específicas de utilizar os novos media.
Tomamos como ponto de partida as reflexões de L. Dhalberg e Susan Herring, e tendo em conta as críticas às concepções de esfera pública habermasiana de Nancy Fraser e a ideia de democracia comunicativa de Iris Marion Young, o objectivo deste trabalho é compreender como é que, nas conversações do fórum português da associação LGBT ex aequo, se (não) manifesta na prática o ideal de uma esfera pública online. Ao utilizar as threads mais comentadas do ano de 2010, poderemos ver se os tópicos mais mobilizadores contêm os marcadores da comunicação argumentativa racional típica, como definidos por Habermas e, depois, actualizados no campo dos novos media por Papacharissi. Será a conversação principalmente dominada por processos argumentativos racionais conducentes à obtenção de uma forma optimizada de acção social, política e pessoal? Haverá alguma estrutura ou postura argumentativa dominante por entre as utilizadoras do género feminino, que se distinga dos utilizadores de género masculino? Como é que a experiência da não-heterossexualidade no fórum ex aequo se compara com outros estudos sobre a mesma temática (e.g.: Rak, Abreu)?
Recorrendo ao método de Análise de Conteúdo assistida por computador (utilizando o programa NVivo), procuraremos apresentar as tendências e temas principais neste fórum temático, que procura agregar pessoas interessadas nas questões LGBT, bem como caracterizar as estruturas argumentativas mais recorrentes. Será então necessário compreender como é que o recurso a processos de intertextualidade e legitimação discursiva através de uma abordagem biologizante das identidades sexuais e de género interage com o funcionamento do dispositivo de sexualidade foucauldiano. Se, como Gayle Rubin, considerarmos que o sistema de construção de género é também um sistema de construção de sexo, é necessário então ler estes resultados essencialistas à luz da posição pós-feminista, e de como também esta contribui para o reforço do discurso patriarcal, heteronormativo. Os recursos retóricos envolvidos permitem então a legitimação do trabalho identitário levado a cabo no fórum, potencialmente à custa do questionamento racional das informações apresentadas, elidindo mesmo diferentes experiências de género (e, portanto, diferentes horizontes discursivos) numa visão homogeneizante das sexualidades não-normativas – visão essa que incorre no risco de, ela mesma, se tornar uma outra normatividade.
Palavras-chave: Esfera pública, internet, LGBT, género, fóruns
Apresentação na Conferência
(em conjunto com a apresentação de Inês Rôlo Martins)
No dia 17 de Novembro de 2015, e a convite da Professora Susana Valdez, fui orador convidado do Seminário de Tradução de Inglês da FCSH - UNL.
Fica aqui a bibliografia de apoio utilizada.
Bibliografia
Disponível para download aqui.