Tive, há alguns meses, uma interessante conversa com uma pessoa de origem étnica não-ocidental. Essa conversa foi, nem de propósito, sobre a utilização da palavra “escravatura” em contexto BDSM. De acordo com ela, o uso da palavra demonstra um certo desrespeito cultural e o abuso de um privilégio branco e ocidental.
Esta é uma crítica válida. Não segue dela, porém, que se deva simplesmente abandonar a palavra – antes, motiva-nos a pensar criticamente sobre o seu uso. Este número da revista é dedicado a pensar a questão da escravatura – nas suas várias formas, mais e menos subtis, mais e menos agressivas, mais e menos criadoras de sofrimento. Então, para quê vir falar de BDSM, de práticas sexuais, de práticas de prazer? Dito de outra forma: não se está, com este artigo, a confundir as coisas, a menosprezar o peso e a importância da escravatura enquanto problema sócio-político?
Pretendo demonstrar que não. Como rede de poder que é, o BDSM possui, quando encarado reflexivamente, um potencial de desconstrução, catarse e análise que importa olhar mais de perto.
Daniel Cardoso, 16422
2009
Seminário Cibercultura
Uma introdução possível
Vamos neste trabalho tentar desenhar uma possibilidade de percurso que possa unir elementos aparentemente diferentes – o poliamor, a ideia de meme e as comunidades on-line. Mais especificamente, o que importa aqui é como poderemos pensar o poliamor em termos do vocabulário da Cibercultura – como meme. Por fim, uma revisão ao conceito de comunidade, comunidade virtual e a sua crítica serão tentados, de forma a estabelecer uma terminologia consistente e que permita analisar, num momento posterior, o fenómeno.
O objectivo é precisamente tentar clarificar em que contextos e de que formas é possível realizar uma leitura dos acontecimentos em torno do surgimento da palavra “poliamor” e das suas consequências tecno-sociais. Num paradigma de constante recriação do sujeito pelo sujeito dentro das lógicas das tecnologias do self que Foucault, entre outros, analisaram, as consequências em torno desta palavra são variadas e necessitam que se compreenda qual o papel que a mediação tecnológica desempenhou no processo. Isso implica perceber a sua génese, a sua própria identidade dentro e fora do contexto da cibercultura, bem como esses mesmos dois elementos para os seus efeitos.
Resultados do Inquérito Europeu EU Kids Online
O livro da Equipa Portuguesa do EU Kids Online 2 foi lançado no dia 6 de Fevereiro, às 18:30, na FNAC do Centro Comercial Colombo. A apresentação contou com Isabel Stilwell e Estrela Serrano.
Este livro foi organizado por Cristina Ponte, Ana Jorge, José Alberto Simões e Daniel S. Cardoso; editado pela Edições MinervaCoimbra. Descubra mais sobre o livro, clicando no botão abaixo.
Pode adquiri-lo online através da Wook, neste link.
Publicada a recensão ao livro "Seduzir ou Informar?", de Carla Cardoso, no nº. 51 da Revista Jornalismo & Jornalistas. Disponível AQUI.