Submissão aceite para a Conferência Activismo em Tempos de Crise (2015)
Abstract
Partindo de uma concepção lata de participação cívica (Banaji & Buckingham, 2013) e de um enfoque específico nas questões de género e sexualidades associadas à cidadania da intimidade (Plummer, 1994), procura-se entender que diferentes práticas e significados os jovens atribuem ao activismo e ao lugar dos novos media dentro dele, que práticas eles têm (ou não têm) como é que elas se ligam com estruturas e organizações mais formais ou se constituem como formas de subactivismo (Bakardjieva, 2009).
Para esta investigação, enquadrada no doutoramento “Entre Corpos e Ecrãs”, participaram num inquérito por questionário perto de 200 jovens entre os 16 e os 19 anos, e em entrevistas semi-estruturadas aprofundadas 11 deles.
Os resultados mostram que as definições de activismo e participação cívica são contestadas pelos jovens, lidas de múltiplas maneiras e organizadas hierarquicamente junto com outros tipos de actividade, demonstrando que a própria concepção de fazer activismo implica já processos identitários nos quais nem todos os jovens se revêem (Neumayer & Svensson, 2014), sugerindo um estigma ou descrença associados a certas construções discursivas do que é o activismo.
Por outro lado, género e orientação sexual (bem como o respectivo privilégio social ou falta dele) modulam a forma como a centralidade da cidadania da intimidade é (ou não) referida, e como os jovens se constroem a si mesmos enquanto agentes socialmente responsáveis e/ou subjectivamente interessados em diversas expressões (online e offline) da participação cívica. Os jovens que se apresentaram como não-heterossexuais, em particular, referem a centralidade das novas tecnologias para a quebra do seu isolamento social e/ou geográfico no que diz respeito à construção da sua identidade de orientação sexual e também no acesso a experiências que sentissem ser relevantes para a sua vida (Döring, 2009; Kubicek, Beyer, Weiss, Iverson, & Kipke, 2010; Saraswati, 2013; Szulc & Dhoest, 2013).
É neste ponto que a intersecção de diferentes aspectos da sexualidade online alvo de questionamento no estudo se torna relevante, na medida em que permitiu aos jovens pensar em elementos tão aparentemente díspares como a pornografia ou a procura de empatia e de experiências subjectivas enquanto elementos que envolvem e constituem participação cívica e, portanto, parte do discurso que anima a esfera pública (Goode & McKee, 2013; Gray, Klein, Noyce, Sesselberg, & Cantrill, 2005; Willis, 2012) na constituição de culturas cívicas (Dahlgren, 2005) e no alargar da própria noção de esfera pública e de política (Álvares, Martins, & Cardoso, 2011; Silveirinha, 2010).
Prezi de apresentação
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Gravação áudio
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A partir do convite do Prof. Dr. Pedro Pereira Neto, dinamizei no dia 4/5/2015, no ISCTE, uma sessão da aula de Media e Opinião.
Fica abaixo o registo áudio da aula, bem como a bibliografia específica usada e o Prezi usado na apresentação da aula.
Gravação áudio
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Apresentação
Download aqui.
Bibliografia específica
Álvares, C., & Cardoso, D. (2010). As Desigualdades do Amor. Revista de Comunicação & Cultura, (9), 89–107.
Foucault, M. (2000). The Ethics of the Concern of the Self as a Practice of Freedom. In P. Rabinow (Ed.), The essential works of Michel Foucault, 1954-1984: Ethics (Vol. 1, pp. 281–301). London: Penguin.
Foucault, M. (2002). Truth and Power. In J. Faubion (Ed.), The essential works of Michel Foucault, 1954-1984: Power (Vol. 3, pp. 111–133). London: Penguin.
Martins, I. R. (2012). Female Fronted Metal: Um pseudogénero musical para a marginalização da mulher artista? In M. do R. G. Santos & E. M. Lessa (Eds.), Música, Discurso, Poder (pp. 185–200). Minho: Húmus. Retrieved from http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/23657
Santos, A. C. (2013). Are we there yet? Queer sexual encounters, legal recognition and homonormativity. Journal of Gender Studies, 22(1), 54–64. http://doi.org/10.1080/09589236.2012.745682
Silveirinha, M. J. (2005). Democracia deliberativa e reconhecimento: repensar o espaço político. In J. C. Correia (Ed.), Comunicação e Política (pp. 147–180). Covilhã: UBI Labcom.
Van Dijk, T. (2005). O Poder e a Imprensa. In Discurso, Notícia e Ideologia: Estudos na Análise Crítica do Discurso (pp. 73–95). Porto: Campo de Letras.
Van Dijk, T. A. (2012). The Role of the Press in the Reproduction of Racism. In M. Messer, R. Schroeder, & R. Wodak (Eds.), Migrations: Interdisciplinary Perspectives (pp. 15–29). Vienna: Springer Vienna. Retrieved from http://link.springer.com/10.1007/978-3-7091-0950-2_2
No dia 15 de Abril de 2015, e a convite da Professora Susana Valdez, fui orador convidado do Seminário de Tradução de Inglês da FCSH - UNL.
Fica aqui o registo áudio da aula, disponível para audição, bem como a bibliografia de apoio utilizada.
Áudio
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O download pode ser feito aqui.
Bibliografia
Download em pdf aqui.
Abaixo está uma lista de outros eventos em que participei ou textos em que colaborei.
Seminário de Tradução de Inglês 2015 (convidado) - (15/04/2015)
Aula de Conjugalidade e Parentalidade (convidado) - (27/02/2015)
Aula de Media e Opinião Pública (convidado) - (20/11/2014)
Entrevista a Christian Fuchs no ECREA2014 (teaser) - (15/11/2014)
Aula de Cibercultura 2014 (convidado) - (14/11/2014)
Aula de Cibercultura 2013 (convidado) - (6/12/2013)
Aula de Geografia, Género e Sexualidade (convidado) - (23/4/2013)
Aula de Cibercultura 2012 (convidado) - (30/11/2012)
Aula de Cibercultura 2011 (convidado) - (25/11/2011)
Fórum Fantástico 2011 - Os Sexos no Fantástico (18/11/2011)
Dialogue on Power and Ethics: the Polyamory and Queer Movements - com Pepper Mint - Out. 2011
Um Ensaio Sobre "The Matrix" - Trabalho de licenciatura
Jornalismo e Responsabilidade Social - Trabalho de licenciatura
Poliamor e feminismo: caminhos e teorias cruzadas - Trabalho de Mestrado
Poliamor - as comunidades do meme - Trabalho de Mestrado