Cidadania da Intimidade – Dicas para Jornalistas

x10304253[1]Foi em 2009 que apareci pela primeira vez na televisão nacional a falar de poliamor – na RTP, no programa Sete Palmos de Testa. Inexperiência à parte, diria que a minha participação correu bem e foi positiva. (Pequena nota histórica: as aparições de poliamor na imprensa portuguesa começaram anos antes de eu sequer saber que “poliamor” existia, por outras pessoas, que por várias razões entretanto se afastaram das participações junto dos media.)

Desde então, e mesmo entretanto tendo eu resolvido fazer um hiato quase total de aparições nos media relacionadas com não-monogamias, já recebi directamente ou me pediram para retransmitir dezenas de pedidos de participação em reportagens, programas e afins. Invariavelmente (e o excesso da minha presença nos media a falar sobre poliamor deve-se a isso, e nada mais) xs jornalistas que me contactam acabam a expressar alguma frustração por não terem ninguém, ou quase ninguém, a ir ter com elxs para uma entrevista, fotografias, ou outras formas de participação.

Nesse sentido, e porque acho importante a visibilidade nos media, mas também acho importante a existência de um jornalismo socialmente responsável e crítico, gostaria de iniciar uma conversa sobre possíveis razões por detrás deste afastamento, e deixar dicas que poderão, creio, beneficiar tanto activistas como jornalistas. Estas dicas surgem muito a partir da minha experiência pessoal, que é tripla: como pessoa com formação em jornalismo, como professor de pessoas que querem trabalhar em jornalismo, e como pessoa frequentemente entrevistada por jornalistas. Estas dicas são feitas com jornalistas em mente enquanto público-alvo, e são também pensadas como sugestões úteis, e não apenas críticas de “mau jornalismo”. (Para quem quiser dicas sobre como falar com os media, tem aqui um excelente resumo, em inglês.) Quem quiser enviar mais sugestões, críticas ou correcções, poderá fazê-lo para danielscardoso [at] gmail [.] com

Em virtude da ligação entre este post e a minha experiência pessoal, a maioria dos exemplos revolve em torno das não-monogamias. No entanto, creio que várias das alíneas podem ser adaptadas para questões LGBTQIA+/MOGAI, sobre racismo, sobre discriminação de género, entre outros elementos.

 

  1. Ter consciência do impacto – Começo por aqui, porque este elemento está aquém do próprio processo de iniciar a entrevista. Quando alguém pede a uma pessoa de uma minoria para dar a cara (ainda que sob anonimato) sobre a sua vida e sobre aquilo que ela vive, não está a pedir uma entrevista. Está a pedir um momento de risco que pode ser múltiplo: identificação ou coming out forçado junto do trabalho, junto da família, junto de amigxs, junto de vizinhxs – e consequentes problemas sociais com maior ou menor gravidade – são riscos reais que qualquer pessoa nestas circunstâncias tem que equacionar, antes sequer de pensar se vai ou não responder ao pedido de entrevista. E algumas pessoas, muitas até, não estão sequer em condições socioeconómicas de arriscar essa possível exposição. Além disso, vários são os pedidos de entrevista que me chegam (para divulgação por entre o grupo PolyPortugal) onde o tópico do anonimato não é sequer mencionado; isto deixa as pessoas “de pé atrás”, porque aumenta a suspeita de que o pedido feito não mostra ter, por detrás, uma reflexão sobre o que se quer fazer. Além disso, e para além da questão do anonimato, qualquer pessoa que vá ser entrevistada sobre este tipo de temas vai de certeza absoluta ser alvo de ataques de discurso de ódio em redes sociais, junto dos próprios meios de comunicação que divulgam as notícias, e geralmente sem qualquer controlo editorial sobre o que é postado. Quem pede uma entrevista, está a pedir que a pessoa se exponha, e está a pedir que a pessoa lide com esse mesmo discurso de ódio. Isto é válido mesmo para quem activamente procure não ir ler esses comentários. E não, nem quero sequer dar abertura à ideia de que “quem se expõe tem que saber lidar com isso”, uma vez que não vejo nesse argumento mais do que uma cultura de desresponsabilização de formas simbólicas e verbais de violência.
  2. Ter consciência do contexto – Quando se vai pedir a alguém para falar sobre um tema, convém demonstrar na prática, quando se faz esse convite, que já se tem uma noção mínima do que se está a falar. A abordagem do ‘olha que tema giro e pouco falado, quero escrever sobre isso’ é, à falta de melhor palavra, predatória, porque desvirtua o tema em si, transformando-o numa espécie de fait divers. É evidente que xs jornalistas não são especialistas consumadxs em tudo aquilo que escrevem, nem poderiam ser. Mas há uma diferença abissal entre ter uma ideia geral do tema e ser-se especialista. O que se requer aqui é um trabalho prévio de preparação teórica sobre o assunto, antes de se falar com mais alguém. Geralmente, pelo que me é dado a ver, xs jornalistas tentam fazer ao contrário, por uma questão de poupança de tempo e recursos: primeiro vêem se têm pessoas que lhes forneçam material em primeira mão, e depois vão debruçar-se mais sobre o assunto. O resultado é um famoso nó górdio: jornalista prefere pesquisar depois de ter pessoas a falar-lhe do tema, mas essa falta de pesquisa faz com que o seu pedido de entrevistas soe oco e portanto não atraia pessoas para falar sobre o tema, o que faz com que x jornalista não vá pesquisar sobre o tema, o que faz com que… …por aí em diante. Outra parte de ter consciência do contexto é perceber o que é que já foi feito sobre o tema, em termos mediáticos, e o que ainda está por fazer. Há um limite de paciência para pessoas que vão falar sobre estes temas em constante registo ‘Olha a novidade fresquinha!’, especialmente quando a novidade tem quase três décadas de existência (no caso do poliamor). Estas noções básicas vão permitir escrever um pedido de entrevista mais contextualizado, mais capaz de captar a atenção de possíveis pessoas interessadas em falar, porque demonstra cuidado, porque demonstra compromisso e compreensão.
  3. Ter consciência das culturas do jornalismo – Falar com jornalistas acerca das minhas más experiências com jornalistas pode ser um exercício bastante frustrante, porque parece despoletar uma espécie de passivo-agressividade. Um pouco como se eu estivesse a pousar uma suspeita de falta de profissionalismo sobre a pessoa, ou sobre a classe profissional em geral. A defesa costuma ser nas linhas de ‘Mas eu não tenho culpa do mau jornalismo alheio’ e ‘Mas eu sou profissional, diferente, éticx’. O que pode ser perfeitamente verdade: mas do lado de cá, há o pequeno problema de que toda a gente diz isso. E não tem que ver com essa figura mítica do “mau jornalismo”. Tem que ver com algo bastante mais mundano: com as culturas do jornalismo. O jornalismo está em modo de hiperactividade, de instantaneidade, de ‘olha-esta-novidade-já-passou-adeus’. As pessoas que trabalham em jornalismo estão constantemente a ser pressionadas para fazer mais com menos, para dedicar o mínimo de tempo possível a cada peça, porque têm que escrever cada vez mais peças, em cada vez menos tempo; já para não falar de terem que fazer edição de imagem, vídeo, som e daqui a pouco, grafismo. O problema é que isto gera, para quem está a decidir se vai a uma entrevista ou não, uma sensação de desconfiança e de exploração (‘Querem o meu tempo, mas estão a despachar-me’). Simplesmente dizer ‘Eu sou profissional’ ou ‘Eu trabalho na publicação X’ não chega – é preciso demonstrar, aquando dos pedidos de entrevista, que se está ciente desses problemas, e demonstrar na prática o que se vai fazer para os obviar tanto quanto possível, e começar esse processo logo durante o pedido de entrevista.
  4. Utilizar cuidados específicos com a linguagem – Este é um ponto derivado do ponto 2, mas merece estar à parte por ser incrivelmente importante, porque óbvio. À partida, um pedido de entrevista que tenha expressões como: “casais poliamorosos”, “praticar o poliamor”, “adeptos do poliamor”, “jovens poliamorosos”, “praticar a poligamia”, “casamento gay”, “adopção gay” etc, etc, etc, vão funcionar como se tivessem colocado, em letras bem garrafais, “NÃO DEIXEM QUE EU VOS ENTREVISTE”. À partida, uma pessoa LGBQA+ ou poliamorosa que veja qualquer uma dessas expressões vai pensar, imediatamente, ‘Oh não, não só tenho que ir dar uma entrevista, como vou ter que passar não-sei-quanto-tempo a reeducar x jornalista’. E muita gente simplesmente não está para isso. Qualquer uma destas expressões denota, só por si, um desconhecimento dos elementos mais rudimentares do tema que se quer cobrir, e portanto não inspira qualquer confiança no trabalho da pessoa que quer fazer as entrevistas. Quando fizerem um pedido de entrevista, preocupem-se com a dimensão prática da linguagem que estão  a usar, pensem nela como uma ferramenta de trabalho fundamental, com nuances que é preciso respeitar.
  5. Recusar uma falsa “imparcialidade”, perante questões de Direitos Humanos e de Cidadania – O jornalismo não pode ser imparcial face a direitos humanos e de cidadania, ou então está a trair o seu papel democrático. Uma peça sobre poliamor não precisa de tratá-lo como algo melhor ou superior, nem precisa de endossar a sua prática de forma alguma. Mas, ao mesmo tempo, tratar temas como poliamor ou questões LGBTQIA+/MOGAI como questões de ‘estilo de vida’, ou em perspectiva ‘prós e contras’ (não no sentido de identificar problemas dentro destes grupos, mas no sentido de ser contra estes grupos) é fundamentalmente trair a missão do jornalismo, e recusar o reconhecimento político destes temas. Ninguém tem o direito de ser contra a homossexualidade, ou contra o poliamor, embora toda a gente tenha o direito de não ser homossexual ou poliamorosa. Isto quer dizer que, no contexto do pedido de entrevista, x jornalista deve saber e conseguir posicionar-se politicamente face à questão, lembrando sempre que “the personal is political“. Tal passa por fazer um esforço por estabelecer credenciais próprias, explicar o porquê de estar a fazer a peça, mostrar trabalhos prévios que estabeleçam a credibilidade de quem pede a entrevista para trabalhar com temas de Direitos Humanos e de Cidadania numa perspectiva política (e não a credibilidade de trabalhar com fait divers  ou outra categoria de notícia).
  6. Elaborar, apresentar e respeitar claramente as condições de produção da peça – As pessoas que fazem as peças jornalísticas não têm controlo sobre todos os elementos do produto final, mas isso tem que ser reconhecido à partida, e negociado claramente com as pessoas que decidem participar nas entrevistas. O problema não é tanto a falta de controlo que existe, ou as revisões editoriais a posteriori, mas a falta de sensibilização que é feita. Além disso, é fundamental criar um processo negocial com as fontes sobre quais são as responsabilidades de cada uma das partes e respeitar esses compromissos. Os compromissos podem passar por a entrevista ser gravada, por haver certos tópicos que se combina à partida que não serão abordados na entrevista, por garantir anonimato, por ter o direito de ver o texto antes de ele ser publicado para garantir que não há incorrecções factuais gritantes (antigamente existia toda uma sub-classe de pessoas dedicadas a isto, xs fact-checkers; na sua ausência, são xs jornalistas que têm de ter esse cuidado e responsabilidade; pessoalmente, perdi a conta a quantas pessoas tinham a idade errada, profissão errada, e mil e uma outras coisas em peças em que participei, não por causa do “mau jornalismo”, mas por causa das culturas contemporâneas do jornalismo).
  7. Reconhecer as próprias limitações – Não existem reportagens perfeitas, nem entendimentos perfeitos, e quem trabalha em jornalismo precisa de estar consciente disso. Se estão incluídas pessoas, na peça, que são especialistas na área a ser abordada, é importante mostrar-lhes o texto para perceber se tem ou não alguma falha conceptual de fundo. Aqui é comum ouvir a crítica de que tal prática (bem como a do ponto anterior) mina a isenção jornalística. Mas é um equívoco: o jornalismo não existe para fazer valer a voz autoral de quem escreve, mas para promover uma cultura de cidadania democrática e plural. O importante não é respeitar a santidade dx autorx-jornalista, mas respeitar o direito do público a uma informação de qualidade. E uma pessoa que trabalha em jornalismo e não domina na totalidade um dado tópico – algo perfeitamente normal e aceitável – pode e deve contar com a colaboração de quem domina esse tópico para impedir que definições erradas, falsas equivalências, uso incorrecto de terminologia científica e outros problemas afins passem para o domínio geral e sejam tomados como ‘verdade’. A construção de uma notícia é um fenómeno por natureza colaborativo. O apelo aqui é a que se torne esse processo colaborativo mais transparente e horizontal, mais democrático. Há que estabelecer aqui uma diferença fundamental: isto não é o mesmo que dizer que então o político X também deve ter privilégios de ‘lápis azul’ sobre tudo o que o envolva – nada disso. É aqui que entra novamente o ponto 1 – não estamos a falar de pessoas com poder social e económico que estão com medo de ficar mal-vistas, estamos a falar de pessoas geralmente em situação de fragilidade social relativa, e que estão a tentar falar enquanto grupo minoritário. A disparidade de poder entre jornalistas e minorias é incomparavelmente maior do que entre jornalistas e políticos. Essas dinâmicas de poder devem ser levadas em conta, e x jornalista deve fazer tudo ao seu alcance para garantir que as informações veiculadas são correctasinformativas – o que nada tem que ver com sonegar informação que possa ser desvantajosa para alguém que participe numa peça jornalística, ou muito menos tentar-se forçar x jornalista a só escrever coisas boas e positivas sobre o tema. Os moldes deste processo devem ficar determinados antes de o próprio momento da entrevista começar, tal como se diz no ponto 6.
  8. Reconhecer que as fontes não devem nada e que o jornalismo não lhes está a fazer um favor – Pode parecer que xs jornalistas estão a fazer uma espécie de ‘favor’ às pessoas activistas que participam em reportagens, e isso parece gerar um certo sentido de entitlement; na verdade, o contrário seria mais verídico, uma vez que existe extracção de mais-valia, e que é obrigação do jornalismo a garantia da pluralidade democrática. Já vi jornalistas a ficarem irritadxs porque eu, ou outra pessoa, não quis dar uma entrevista. Já tive jornalistas a pontificarem, perante mim, sobre o quão importante é falar com jornalistas (!!). Já vi jornalistas a terem atitudes que roçam o assédio (em sentido não-sexual!) – ‘Vá lá, vá lá, vá lá’. Novamente, isto não é um defeito profissional desta ou daquela pessoa, faz parte da cultura jornalística do momento. Que é como quem diz, é uma atitude considerada aceitável. Mas não é. Repitam comigo: ‘Não é Não!’. Isto vale para a agressão sexual e para as SlutWalks, mas vale também para o resto das nossas interacções sociais, e as profissionais não ficam de fora. Respeitem um “Não”, lembrem-se de todas as coisas neste post que podem estar por detrás desse não, e acima de tudo não coloquem a originalidade autoral jornalística acima do respeito pelas pessoas entrevistadas. Quantas vezes já ouvi que era preciso fazer a coisa X ou Y porque “assim a peça fica melhor”!… A peça pode ficar “melhor” de acordo com um conjunto de critérios, e pior de acordo com outro. O jornalismo está cada vez mais acometido de capitalismo – quantxs mais jornalistas medirem o “fica melhor” pelo número de clicks gerados, pior estamos.
  9. Ter em especial atenção as fontes “especializadas” – Uma pessoa com formação em Sociologia não é especialista em tudo o que pode ser estudado nesse campo, uma pessoa com formação em Psicologia idem. É importante recorrer a especialistas que tenham algum background sujeito a revisão de pares no tópico específico que está a ser tratado; a maior parte das pessoas com especialização em Sociologia da Família não poderiam dizer senão generalidades sobre não-monogamias, porque as não estudaram directamente. O mesmo sobre questões LGBTQIA+/MOGAI: não é por uma pessoa ter feito um estudo junto de uma população lésbica que vai, por exemplo, estar capacitada para comentar questões sobre assexualidade, a não ser nos termos mais generalistas. Infelizmente, muitxs ‘especialistas’ são contactadxs não pelo seu CV, mas pela rapidez e facilidade de acesso (mais uma vez, culturas do jornalismo, não “mau jornalismo”), o que gera situações em que uma peça de qualidade acaba a ser comentada por alguém que está ideologicamente contra isto ou aquilo. Ideologicamente aqui querendo dizer “sem trabalho académico ou científico relevante que prove as asserções feitas”. Também é preciso voltar a falar aqui do ponto 5: não é jornalisticamente responsável apresentar, por exemplo, umx ‘especialista’ que é contra a homossexualidade numa peça sobre esse tema, mesmo que a seguir se apresente alguém ‘a favor’. A ideia de ter pluralidade na cobertura jornalística não pode de forma alguma ser confundida com o uso do jornalismo para divulgação de discursos de ódio e de atropelos aos direitos de cidadania alheios, ainda para mais legitimados com a chancela ‘especialista’. Quanto mais desconhecido do público é o tema, mais rapidamente se encontram pessoas irresponsavelmente dispostas a falar sobre o que não sabem, mas convencidas que sabem – e é aí que um trabalho de preparação adequado, verificação de CVs das fontes em questão, e outras diligências, são fundamentais. Já tive pedidos de entrevista que me foram dirigidos pessoalmente porque sabiam que eu ‘falava sobre poliamor’, mas de pessoas que estavam convencidas que eu era sexólogo, psicólogo, ou afins. Digamos que encontrar a minha área de estudos não é difícil, mas a falta de credibilidade que um ‘deslize’ desses provoca pode ser muito difícil de sanar.
  10. Fazer o seguimento pós-publicação – A recolha de material sobre reacções da comunidade representada, e sobre as pessoas representadas, é fundamental para uma avaliação auto-crítica do trabalho efectuado. Não se trata de procurar elogios ou de atirar pedras. Trata-se de uma atitude proactiva que tem como objectivo melhorar o trabalho jornalístico de quem o faz, e também melhorar o trabalho de activismo social de quem o faz. Se alguém se quiser afirmar como jornalista num determinado ramo ou tópico, terá de fazer este trabalho (de humildade) de perceber, aturadamente, o que poderia ter corrido melhor, e em que pontos é que as expectativas de fontes e de jornalistas divergiram para, de uma próxima vez, o trabalho poder ser efectuado de forma mais transparente. A ideia de “responsabilidade social e profissional” necessita de levar em conta a própria definição da palavra “responsabilidade” – que é ‘responder perante’. Quem faz jornalismo sobre questões de Direitos Humanos e de Cidadania, precisa de o fazer com a noção de que tem que responder perante o público em geral, mas também perante aqueles grupos minoritários que estão em situação de vulnerabilidade social – democrática – na medida em que as culturas do jornalismo têm (e isto está mais que estudado) uma propensão muito grande para disseminar e reforçar as visões hegemónicas e vigentes (e portanto discriminatórias, anti-democráticas, abusivas) sobre temas considerados ‘inferiores’.

 

Não vejo este texto como o fim – espero que seja o princípio de uma maior conversa sobre culturas do jornalismo, sobre responsabilidade social, sobre como trabalhar em conjunto com, e não contra. Por favor – mandem as vossas sugestões para melhorar e apurar este texto. Obrigado.